Era digital não diminui riscos de concentração da mídia
Na semana passada, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, o pequisador sênior Venício A. de Lima destacava o fato de as novas tecnologias de comunicação e informação (TIC's) não minimizarem os riscos de concentração dos meios de comunicação. O autor toma como base o recente livro do pesquisador norte-americano Eric Klinenberg, que analisa as Novas táticas dos monopólios da informação.
Lima, em seu artigo, não deixa de destacar os benefícios da Internet para a pluralização da informação. Em outro texto, Carlos Castilho (também do OI) retoma um velho assunto conhecido (discutido aqui) por organizações comunicacionais cristãs, a Leitura Crítica, a partir do fortalecimento da Internet. Contudo, Lima aponta os sinais que também estão levando a Internet para uma linha que fortalece uma concentração de conteúdo e dos acessos.
Por exemplo, destaca um aspecto que também tenho observado na minha pesquisa de doutorado: boa parte das pessoas que são incluídas em projetos de acesso público gratuito da Internet acabam acessando na rede os sites dos grandes grupos televisivos que já está habituado a ver em casa. E a maioria absoluta das informações noticiosas vêm das grandes agências noticiosas e são multiplicadas nos grandes portais multimídia.
Leia o artigo de Klinenberg e outros textos seus e, com certeza, vai perceber que há um movimento que privilegia os já privilegiados. Mesmo o projeto de PC Conectado brasileiro tem sua ênfase na idéia de comprar, individualmente, seu computador, não incentiva as práticas coletivas o uso socializado, que fortaleceria laços sociais locais. Ao mesmo tempo, os projetos de inclusão digital não oferecem claras possibilidades de as pessoas serem de fato publicadoras de conteúdo na rede.
Por isso, a avaliação de Klinenberg é pertinente: "Enquanto o acesso à internet e a capacidade de montar um site não forem distribuídos de uma maneira mais justa na sociedade, o governo eletrônico, os fóruns de bairro e os blogs, ao contrário do que esperam seus idealizadores, poderiam agravar a fratura social, oferecendo novos recursos às camadas já privilegiadas, permitindo-lhes a participação em instituições democráticas e o espaço para reivindicarem seus direitos junto às autoridades.". [Por Juciano Lacerda]
Lima, em seu artigo, não deixa de destacar os benefícios da Internet para a pluralização da informação. Em outro texto, Carlos Castilho (também do OI) retoma um velho assunto conhecido (discutido aqui) por organizações comunicacionais cristãs, a Leitura Crítica, a partir do fortalecimento da Internet. Contudo, Lima aponta os sinais que também estão levando a Internet para uma linha que fortalece uma concentração de conteúdo e dos acessos.
Por exemplo, destaca um aspecto que também tenho observado na minha pesquisa de doutorado: boa parte das pessoas que são incluídas em projetos de acesso público gratuito da Internet acabam acessando na rede os sites dos grandes grupos televisivos que já está habituado a ver em casa. E a maioria absoluta das informações noticiosas vêm das grandes agências noticiosas e são multiplicadas nos grandes portais multimídia.
Leia o artigo de Klinenberg e outros textos seus e, com certeza, vai perceber que há um movimento que privilegia os já privilegiados. Mesmo o projeto de PC Conectado brasileiro tem sua ênfase na idéia de comprar, individualmente, seu computador, não incentiva as práticas coletivas o uso socializado, que fortaleceria laços sociais locais. Ao mesmo tempo, os projetos de inclusão digital não oferecem claras possibilidades de as pessoas serem de fato publicadoras de conteúdo na rede.
Por isso, a avaliação de Klinenberg é pertinente: "Enquanto o acesso à internet e a capacidade de montar um site não forem distribuídos de uma maneira mais justa na sociedade, o governo eletrônico, os fóruns de bairro e os blogs, ao contrário do que esperam seus idealizadores, poderiam agravar a fratura social, oferecendo novos recursos às camadas já privilegiadas, permitindo-lhes a participação em instituições democráticas e o espaço para reivindicarem seus direitos junto às autoridades.". [Por Juciano Lacerda]
Marcadores: concentracao, critica, digital, Internet, leitura
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