30 outubro 2006

Manifestações direto de Barcelona

Animado com a vitória do povo Brasileiro que deu mais uma chance ao Presidente Lula para mostrar plenamente a que veio, publico aqui brilhante carta-comentário enviada a mim pelo pesquisador e doutorando em comunicação Noberto Kuhn Júnior, direto de Barcelona, Catalunha, onde realiza estágio de doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona. Noberto comenta posts anteriores meus em que fiz manifesto contra a opinião da jornalista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde, que faz uma associação preconceituosa entre ser nordestino e ser incapaz de criticidade.

Confira a íntegra do artigo de Noberto Kuhn Júnior

25 outubro 2006

Entre eleitos, 80 parlamentares controlam rádio ou televisão


Importante levantamento publicado na Agência Reporter Social e reproduzido no Observatório da Imprensa destaca que "Um terço dos senadores e mais de 10% dos deputados eleitos para o quadriênio 2007-2010 controlam rádios ou televisões". Vale ressaltar que isso constitui crime constitucional. E o pior: a maioria deles participa de comissões referentes a interesses públicos na área da comunicação.

"Entre os deputados reeleitos 12 estão na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, justamente a responsável pela aprovação ou renovação de outorgas. São eles: Aníbal Gomes e Eunício Oliveira (PMDB-CE), Jader Barbalho, Fábio Souto (PFL-BA), José Bezerra (PFL-PE), José Rocha (PFL-BA), Júlio César (PFL-PI) e Ricardo Barros (PP-PR), todos como titulares, e dos suplentes Henrique Alves, Arolde de Oliveira (PFL-RJ) e Manoel Salviano (PSDB-CE)."

São jogadores e árbitros da partida! Maior desequilíbrio impossível! Eles deveriam ser proibidos de participar de comissões que lhes interessam como atores econômicos.
Leia a reportagem na íntegra e confira o levantamento dos políticos e seus veículos de comunicação por regiões do Brasil. [por Juciano Lacerda]

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Tecnologia da vigilância: banco de dados privado faria gestão dos dados pessoais dos paulistanos

De volta um tema que já tratei em outros posts neste blog: a privacidade na Internet. Hoje, na coluna de Mônica Bergamo, da Ilustrada (Folha de S. Paulo, 25/10/2006), a jornalista destaca uma das ações da época do Governo Alckmin em SP e suspensa agora pelo governador atual Cláudio Lembo, a pedido de José Serra (PSDB), eleito em 01 de outubro. Trata-se de um banco de dados que rastrearia e vigiaria todos os dados pessoais dos cidadãos paulistanos. Empresas privadas seriam as gestoras desses dados, segundo a colunista. O interessante é que não vi nenhum jornal falar sobre esse programa de rastreamento e vigilância. Abaixo coloco dois tópicos da coluna de Mônica Bergamo (para assinantes) e, na seqüência, um artigo novo meu publicado na revista Novolhar sobre privacidade na Internet.

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Mônica Bergamo
SUPERMERCADO
Em comum acordo com José Serra, o governador de SP, Cláudio Lembo, suspendeu ontem todas as licitações em andamento no Estado. Compras, só aquelas que não ultrapassem os R$ 300 mil, e mesmo assim em casos emergenciais para saúde, segurança pública e Febem. Serra deve passar um pente fino em tudo para decidir quais serão as prioridades de seu governo. Não quer pegar um pacote pronto de obras e medidas com a obrigação de tocá-las adiante.

DOIS EM UM
O objetivo principal da medida, na verdade, era suspender duas propostas que Serra quer estudar melhor: uma PPP (parceria público-privada) com a Sabesp e o projeto de se passar informações pessoais dos paulistanos para serem geridas por empresas privadas, que administrariam esse banco de dados. A idéia, menina dos olhos do secretário Saulo de Castro, da Segurança, foi bombardeada por juristas que a consideram um risco à privacidade dos cidadãos.


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Privacidade é possível na Internet?
Por Juciano de Sousa Lacerda


(Publicado originalmente na Revista Novolhar, ano 4 - N. 12 - Setembro a Novembro de 2006)

“Privacidade na Internet? Esqueça isso. Você já perdeu sua privacidade para sempre.” A declaração é de Scott McNealy, presidente da Sun Microsystems. O sociólogo espanhol Manuel Castells confirmou McNealy durante conferência inaugural do Doutorado em Sociedade da Informação e Conhecimento da Universitat Oberta de Catalunya (UOC). “Qualquer coisa que façamos na rede pode ser detectada eletronicamente”, garantiu. Toda pessoa conectada à “rede das redes” pode ter seus dados rastreados, legalmente ou não, por organismos de segurança, governos (o caso da China), crackers, empresas de marketing digital e mesmo grandes companhias de software, como a Microsoft.

Em 2002, a Justiça Federal estadunidense pediu esclarecimentos ao FBI (Federal Bureau of Investigation - Escritorio Federal de Investigacao, a Policia Federal dos EUA) sobre a ferramenta de vigilância de mensagens de correio eletrônico “Carnivore”. O FBI argumentou que somente usava a ferramenta mediante autorização judicial. O programa é capaz de vasculhar toda a vida de uma pessoa, todos os seus dados que estejam contidos na rede. Ou seja, qualquer pessoa pode ser investigada por suas práticas na Web, mas somente com autorização judicial.

No Brasil, os índices de contravenções praticadas na Internet são significativos. Foram 9.982 denúncias de pornografia infantil na Internet, segundo a organização não-governamental Safernet, voltada para o combate ao crime cibernético. Os dados foram levantados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em documento enviado ao Parlamento dos Estados Unidos, via Embaixada Norte-americana. O motivo: 9,1 mil dos casos se referem à pornografia infantil no Orkut, de propriedade do Google. Para que sejam investigados os crimes, é preciso que o Google autorize a investigação.

Em artigo apresentado no Curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Maria (RS), Rosana Disconzi destaca os crimes mais comuns na Internet. Entre eles “estão os vários tipos de fraude financeira, pornografia infantil e juvenil, além de ameaças políticas, raciais e sexistas, e um dos principais, o da invasão de privacidade”. A invasão de privacidade não é restrita à prática de experts em informática que invadem de computadores (crackers), mas também os bancos de dados de empresas e portais de serviços da Web também espionam os usuários. “É fácil rastrear os passos de um internauta. Uma pesquisa realizada pela governo americano conclui que 92% dos sites do país coletam algum tipo de informação sobre seus visitantes, e em apenas 14% os usuários são avisados de que estavam sendo espionados”, esclarece Disconzi.

Ao cadastrar-se num determinado site de vendas, de informações noticiosas ou de entretenimento, o sistema implanta um “cookie” no computador do usuário. Toda vez que se conecta ele registrar suas rotinas na referida página Web. É por isso que na vez seguinte, o site já traz o seu nome: “Olá, fulano”. Pelo “cookie” sua entrada é reconhecida e as páginas em que navega ficam registradas num banco de dados. O tema ou editoria de notícias consultados, os tipos de produtos que visitou já se destacarão na página inicial. As estratégias de marketing denominam isso de personalização e comodidade para o usuário.

O que não fica explícito: os dados de consumo, navegação e demais ações que realizar passarão a constar num banco de dados, que poderá ser vendido a uma outra empresa. São esses bancos com seus dados que são geram dinheiro para portais de serviços gratuitos de notícias, correio eletrônico, troca de mensagensm, de imagens ou outros recursos digitais. O internauta autoriza esse tipo de “invasão de privacidade” quando não lê os termos de adesão aos serviços gratuitos da Web, fazendo correr a barra de rolagem até o final do texto e clicando em “aceito”, sem ler uma única claúsula, geralmente em inglês.

A máxima dita por Jesus Cristo: “Nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido”, poderia muito bem ser aplicada à Internet, para o bem e para o mal.


Dicas de segurança
LEIA
atentamente os termos da política de privacidade dos serviços a que deseja se cadastrar na Internet. Se forem abusivos, não se cadastre.

TENHA sempre um programa de firewall atualizado, quando você usa Internet banda larga, pois várias portas de conexão ficam abertas ao navegar pela rede ou usar programas de compartilhamento de arquivos como ICQ, Kazaa, Messenger, entre outros, pois compartilham dados com diversos computadores.

NÃO NAVEGUE por sites com terminações desconhecidas nem baixe imagens, jogos ou programas de sites que não tenha referência segura. Nesses sites podem estar escondidos “cookies” ou “cavalos de tróia”, que passaram a vigiar seu computador, muitas vezes são capazes de gravar senhas bancárias.

FAÇA sempre uma limpeza em seu computador, eliminando “cookies” e arquivos temporários de internet. Atualize com freqüencia o anti-vírus.

NUNCA abra arquivos com extensão: PIF, SCR, BAT, VBS e atenção redobrada com os EXE e COM. Muita atenção também para arquivos com dupla extensão.

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24 outubro 2006

Direito à Comunicação: agenda impreterível para o novo governo

Por Venício A. de Lima em 24/10/2006
Publicado originalmente no Observatório da Imprensa


Apesar de juristas defenderem que o princípio fundamental do direito à comunicação já se encontra consagrado no artigo 220 da Constituição – isto é, "a proibição de restrições, resguardadas as previsões constitucionais, à manifestação do pensamento, à criação, à expressão e à informação, transmitidos sob qualquer forma, processo ou veículo" –, este direito ainda permanece uma utopia entre nós.

Há forte resistência à menção de que o cidadão deve ter não só o direito de ser informado, mas também acesso garantido às instituições de mídia, sobretudo às concessionárias dos serviços de radiodifusão, que tornam possível a comunicação pública entre os principais atores do campo da comunicação social no Brasil.

O direito de grupos políticos ou sociais a cotas de transmissão para expressar suas idéias no rádio e na televisão, proporcional à dimensão e à importância que têm na sociedade (o chamado direito de antena) já é prática consagrada em vários países – Alemanha, França, Espanha, Portugal e Holanda, por exemplo.

T. H. Marshall, em seu clássico Cidadania e Classe Social (1949), divide a cidadania em três dimensões, cada uma fundada em um princípio e numa base institucional distintos. Adaptadas às circunstâncias do mundo contemporâneo, poderíamos descrever essas dimensões da seguinte forma:

** A primeira é a Cidadania Civil, cujo princípio básico é a liberdade individual e tem como direitos, por exemplo, a liberdade de expressão, a liberdade de ir e vir, a igualdade perante a lei, o direito de propriedade e o direito a não ser condenado sem o devido processo legal, vale dizer, o direito à presunção de inocência. A garantia dos direitos civis é dada por um Poder Judiciário independente e acessível a todos.

** A segunda é a Cidadania Política, que tem como princípio básico o direito à comunicação e que significa participar do exercício do poder público tanto diretamente, pelo governo, quanto indiretamente, pelo voto. A sua garantia é dada pela existência de partidos políticos consolidados, por um conjunto de novas institucionalidades constituídas por diferentes movimentos sociais, mas, principalmente, por um sistema democrático de mídia.

É a mídia policêntrica e democratizada que, segundo a doutrina liberal, deve informar e formar a opinião pública que periodicamente é chamada a escolher os seus representantes em eleições livres para constituir o "governo consentido", tanto no Legislativo quanto no Executivo.

** A terceira é a Cidadania Social, que tem como princípio básico a justiça social e significa a participação na riqueza coletiva através do direito à educação, à saúde, ao emprego, a um salário justo e à comunicação. Sua garantia é dada por poderes Executivo e Legislativo responsáveis e eficientes.

Políticas públicas de comunicação

Na verdade, a comunicação perpassa todas as três dimensões da cidadania, constituindo-se, ao mesmo tempo, em direito civil (liberdade individual de expressão), em direito político (através do direito à comunicação) e em direito social (via direito a uma política pública democratizadora de comunicação).

O tema vem a propósito da 4ª Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, realizada de 18 a 25 de outubro, promovida por dezenas de coletivos, entidades e movimentos sociais com atividades em vários estados brasileiros.

O direito à comunicação também surge do momento histórico específico que estamos atravessando. Se há um resultado que a crise política e a campanha eleitoral já provocaram foi a inclusão na agenda pública do debate sobre o papel e as responsabilidades da mídia, de seus proprietários e de seus jornalistas na nossa sociedade.

Esse debate já está sendo feito independentemente da vontade e da participação dos atores tradicionais do campo midiático. E ele é indispensável para que a cidadania amplie sua consciência dos direitos humanos fundamentais, entre eles certamente o direito à comunicação. E, especialmente, para que a cidadania exija do presidente da República eleito em 29 de outubro e do novo Congresso Nacional a implementação de políticas de comunicação que garantam o equilíbrio entre os sistemas privado, público e estatal, fundado na pluralidade e na diversidade de idéias e opiniões. Conforme reza a Constituição.

23 outubro 2006

Conheça o site jornalístico independente O Informante

Um site que veio para "preencher as lacunas da mídia". No mínimo, uma visita interessante: O Informante!

MANIFESTO DE REITORES À NAÇÃO BRASILEIRA

Reproduzo aqui e-mail que recebi do prof. Dr. Albino Rubim (UFBA), pela lista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação.


MANIFESTO DE REITORES À NAÇÃO BRASILEIRA

Num momento crucial para o país, os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) abaixo assinados, vêm a público manifestar sua preocupação quanto ao futuro da educação superior brasileira. Posicionamo- nos para que não se interrompa a trajetória recente de investimentos na expansão e qualificação de nossas Universidades públicas, patrimônio nacional.

Este é um ato de cidadania. Em respeito ao direito dos brasileiros de todas as regiões do país, não podemos admitir qualquer possibilidade de retrocesso nas conquistas dos últimos anos. Não aceitaremos o retorno de situações como a que predominou no passado recente, quando, na contramão da história, os orçamentos das IFES despencaram em 25%, relativamente aos seus valores históricos, com o sucateamento correspondente do parque universitário público, e o setor privado de ensino hipertrofiou- se, atingindo quase 80 % das matrículas.

A Universidade Pública é opção prioritária. Os avanços são inegáveis: recuperação orçamentária em 68%; expansão com a criação de dez novas Universidades e 48 campi em todas as regiões do país, fora das capitais; criação da Universidade Aberta do Brasil, que em breve proporcionará 60 mil novas vagas gratuitas no sistema público federal; liberação de recursos para novos investimentos, como laboratórios, bibliotecas e salas de aula; aumento real, em 58%, dos orçamentos para ciência, tecnologia e inovação. Nesse âmbito, um exemplo de grande expressão é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que saltou de R$ 350 milhões para R$ 800 milhões, o que equivale a quase 250% de aumento. Esta revolução progressiva na educação superior brasileira deve continuar e prosperar, garantindo a plena autonomia institucional e acadêmica.

A educação é um sistema integrado e, portanto, precisa de investimentos simultâneos, crescentes e articulados da educação infantil à pós-graduação. O exemplo de países que lideraram a revolução científico-tecnoló gica e, mais recentemente, Japão, China, Índia e Coréia, demonstra que não há desenvolvimento econômico e social nem afirmação de soberania nacional sem educação para todos e de qualidade com Universidades fortes e competentes.

Qualquer projeto de nação sério, conseqüente e sustentável implica políticas arrojadas e revolucionárias para a educação, com a universidade assumindo um papel de liderança na requalificação dos outros níveis de educação. Neste momento, a sociedade brasileira elege, mais uma vez, democraticamente, seu dirigente e representante máximo. Certamente há de escolher aquele que demonstre, programática e efetivamente, compromisso com a educação pública, na sua plenitude, como prioridade nacional.

Cabe a nós testemunhar aos brasileiros e brasileiras a ocorrência de avanços significativos e históricos na área da educação superior nos últimos quatro anos, reafirmando a necessidade de sua ampliação e consolidação. Dessa maneira, cumprimos nosso dever de cidadãos responsáveis, alertas, atuantes e abertos ao diálogo, construindo e defendendo a universidade pública de qualidade, patrimônio da cultura e da sociedade brasileira.

Alan Barbiero - Universidade Federal do Tocantins (UFT)
Alex Bolonha Fiúza de Mello - Universidade Federal do Pará (UFPA)
Aloísio Teixeira - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Amaro Henrique Pessoa Lins - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Ana Dayse Rezende Dórea - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Antonio César Gonçalves Borges - Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Antônio Martins de Siqueira - Universidade Federal de Alfenas (Unifal)
Antônio Nazareno Guimarães Mendes - Universidade Fed. de Lavras (UFLA)
Arquimedes Diógenes Ciloni - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Carlos Augusto Moreira Júnior - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Carlos Sigueyuki Sediyama - Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Cícero M. Fialho Rodrigues - Universidade Federal Fluminense (UFF)
Edward Madureira Brasil - Universidade Federal de Goiás (UFG)
Ene Glória da Silveira - Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Flávio A dos Santos - Centro Fed. de Ed. Tec. de Minas Gerais (CEFET MG)
Henrique Duque de M. Chaves Filho - Univ. Fed. de Juiz de Fora (UFJF)
Helvécio Luiz Reis - Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)
Hidembergue Ordozgoith da Frota - Univ. Federal do Amazonas (UFAM)
João Carlos Brahm Cousin - Fundação Univ. Federal do Rio Grande (FURG)
João Luiz Martins - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Jonas Pereira de S. Filho - Universidade Federal do Acre (UFAC)
José Carlos Tavares Carvalho - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
José Ivonildo do Rêgo - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
José Weber Freire Macedo - Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Josivan Barbosa Menezes - Univ. Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Josué Modesto dos Passos Subrinho - Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Lúcio José Botelho - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Luiz de Sousa Santos Júnior - Universidade Federal do Piauí (UFPI)
Malvina Tânia Tuttman - Univ. Fed. do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Manoel Catarino Paes - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Marco Aurélio Leite Nunes - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Miguel Badenes P. Filho - Centro Fed. de Ed. Tec. Celso Suckow da F. (CEFET RJ)
Mireile São G. dos S. Souza - Univ. Fed. dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Miriam C. Oliveira - Fund. Fac. Fed. de Ciências Méd. de Porto Alegre (FFFCMPA)
Naomar Monteiro de Almeida Filho - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Oswaldo Baptista Duarte Filho - Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Paulo Speller - Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)
René Teixeira Barreira - Universidade Federal do Ceará (UFC)
Ricardo Motta Miranda - Univ. Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Roberto Ramos Santos - Universidade Federal de Roraima (UFRR)
Romulo Soares Polari - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Rubens Sérgio Rasseli - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Thompson F. Mariz - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Timothy Martin Mulholland - Universidade de Brasília (UnB)
Valmar C. de Andrade - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
Virmondes Rodrigues Júnior - Universidade Fed. do Triângulo Mineiro (UFTM)

21 outubro 2006

Alunos lançam fanzine em oficina

O Curso de Comunicação Social do Bom Jesus/IELUSC realizou a Semana Acadêmica com tema "Comunicação, Poder e Cidadania". Tivemos convidados tarimbadíssimos como o prof. Dr. Venício de Lima (pesquisador sênior do Nemp-UNB) e jovens promessas como o prof. Dr. Fabrício Silveira (Unisinos). E as pratas da casa deram o maior show tratando de jornalismo literário.

Hoje, sábado, fizemos uma experiência na Oficina de Fanzine (parte da programação da Semana) de criar uma nova publicação: Barca Colon. Trata-se de um fanzine cultural libertário-crítico-viajão-engajado e tantas outras coisas mais que tem a pretensão de comentar coisas da cultura e do cotidiano joinvilense. E mais: ser o espaço das manifestações livres dos participantes sobre quase tudo. O número zero nasceu a fórceps, mas a gente vai aprendendo-fazendo o bicho.

Barca Colon é inspirado no mito da "Arca de Noé" joinvilense que atracou por aqui cheia de imigrantes que sofreram diabos para tornar esse lugar habitável e fizeram de tudo (coisas nobres e menos nobres). Como diz Eric Hobsbawn nós inventamos nossas próprias tradições e taí Joinville para confirmar um bocado delas.

No primeiro número, sob a batuta das viagens gráficas de Paulo Horn, Dieny Laurindo viajou na maionese escrevendo em internautês sobre a aventura de chegar na "facul" às 9h de sábado para a tal oficina de fanzines. Alexandre Perguer debulhou uma crítica à restrição de conteúdos mal projetada do nosso instituto que trava a possibilidade de ouvir podcasts, webrádio e vídeos jornalísticos ou alternativos. "Afinal, não seremos responsáveis por mostrar para a sociedade esses mesmos conteúdos que nos proíbem de ter acesso?", pergunta Alexandre.

Carol Wanzuita fala do IV Projeto Musicando em Joinville: "Os gatos". Rafaela Mazzaro comenta a aventura que a turma de Jornalismo 2 vai encarar: a XXVII Bienal Internacional de São Paulo. Hélio de Souza deu umas bandas pela rua e trouxe ao Barca Colon O Halloween Rock Festival. Evento marcado para hoje (21/10), no Garage Show, Rua dos Esportistas, 140, bairro Itinga.

Janine Bastos se aventurou sobre a morte na sessão de contos. "Se arrastando no chão, tampou os ouvidos, pois não queria ouvir os gemidos e gritos de dor". Eva Croll, que tem nome de detetive de filme noir, viajou num conto intimista: "Os lábios úmidos que haviam tocado os meus há cinco minutos atrás...". Ficou excitado? Procure a versão impressa do fanzine (risos). E ainda temos um grafismo do Paulo Horn na página quatro. Estou com ela nas mãos, olhei, olhei, voltei a olhar, mas ainda não entendi... Deve ser uma dessas obras-primas de vanguarda! Confira!

Vocês acreditam que esse povo ficou comigo no laboratório até 13h30, esperando o fanzine sair do forno, quentinho. Mas o interessante é que decidimos dar continuidade a essa viagem da Barca Colon, por mares nunca d'antes navegados. Aguardem novidades! Em breve, também em blog! [Juciano Lacerda]

20 outubro 2006

BrasilWiki! - jornalismo participativo à Brasileira - você é o reporter

Você quer exercitar suas experiências do curso de jornalismo? Ou é somente um cidadão que também tem vontade de "poder informar" e quer praticar jornalismo aberto? Bem, está no ar uma proposta de jornalismo participativo, o BrasilWiki!, que se aproxima da proposta do OhmyNews coreano.

A idéia é incentivar o você-reporter. Uma síntese da proposta dos editores:

"Pela natureza de sua arquitetura, www.brasilwiki.com.br permite uma interatividade jamais experimentada na indústria da informação. Ao ter seu texto publicado, o autor será imediatamente exposto aos comentários – bons ou não – de leitores que, em um momento seguinte, poderão ser autores de outros textos, que também serão comentados por todos. O mesmo ocorre com uma imagem, vídeo ou áudio publicado.

www.brasilwiki.com.br é editado por um grupo de experientes jornalistas. Na medida em que os neo-repórteres vão colocando o conteúdo, este é avaliado. E ganha maior ou menor destaque na edição da homepage e também das seções temáticas – opinião, política, cotidiano, etc. Os editores estão atentos para que o site não seja usado para a divulgação de conteúdo criminoso: material racista, homofóbico, de pedofilia, de apoio ao tráfico de armas, de incitação à violência, de intolerância religiosa, de incentivo à prostituição infantil, de apologia ao tráfico e uso de drogas, ou com intuito difamatório ou calunioso.

www.brasilwiki.com.br rompe com o paradigma do estilo único de texto adotado pelas publicações convencionais. E também com a métrica convencional para produção de áudio e vídeo. A diversidade de estilo dos neo-repórteres é preservada. No caso dos textos, os editores só intervêm quando, por alguma razão, a compreensão é comprometida."

Midiatrix: você nunca mais vai ver televisão do mesmo jeito

Midiamatrix é uma deliciosa edição de vídeo inspirada no filme Matrix, que faz uma sátira justamente ao monopólio das concessões da TV Brasileira e a declarações sobre controle da informação, sobre o conteúdo da nossa TV e de nossa imprensa. Em resumo: divertidíssimo e faz pensar!

13 outubro 2006

Região Norte elege maior número de mulheres para o Congresso, diz Folha de São Paulo

Meus queridos, pasmem! A região Norte que foi chamada de "grotão" por Alberto Dines, Eliane Cantanhêde e outros (Mainardi fica entre esses outros...) elegeu mais mulheres para o Parlamento brasileiro, numa média superior ao resto do país e semelhante à média européia. É hora de nossa imprensa rever seus preconceitos!

Confira o texto: Graças ao Norte, Câmara terá recorde de mulheres (13/10/06)

Abraços,
Juciano

11 outubro 2006

Venício de Lima fala sobre Comunicação, Poder e Democracia em Joinville e lança livro Mídia: crise política e poder no Brasil


O Prof. Dr. Venício A. de Lima, da Universidade de Brasília (UNB), vai falar sobre “Comunicação, Poder e Cidadania” na Semana Acadêmica do Curso de Comunicação Social do Instituto Bom Jesus/IELUSC, na segunda-feira 16 de outubro, às 19h00, no Salão de Eventos do Hotel Le Village (Av. Beira Rio), em Joinville (SC). A palestra é aberta ao público em geral.

O pesquisador do Núcleo de Estudos de Mídia e Política (Nemp) lança no mesmo dia o seu novo livro Mídia: Crise política e poder no Brasil, publicado pela Editora Fundação Perseu Abramo. O livro tem dois focos principais. Na primeira parte, a atuação da mídia brasileira na crise política vivida a partir de 2005 no Brasil; e na segunda, a análise da estrutura do sistema brasileiro de mídia, que se caracteriza pela concentração e pela internacionalização.

Na programação, a Semana apresenta ainda debate sobre Publicidade Eleitoral versus Publicidade Governamental com o Prof. Ms. Fabro Boaz Steibel – Universidade Estácio de Sá/RJ e o Prof. Dr. Jacques Mick, na terça-feira 17. Na quarta 18, haverá debate sobre Publicidade no Espaço Público de Joinville. Prof. Dr. Fabrício Lopes da Silveira (PPGCOM-UNISINOS). Para o curso de Jornalismo, de terça a quinta será discutida a relação jornalismo e literatura a partir da obra dos jornalistas Truman Capote, Joe Sacco e Joel Silveira.

Confira a programação completa.

Vale a pena participar! Abraços, Juciano Lacerda

09 outubro 2006

Opacidade das interfaces tecnológicas: o voto eletrônico

Na discussão sobre as interfaces amigáveis (a metáfora do desktop, do IMac da Apple) e as interfaces duras (Linux, o formato do MS-Dos, lembram?) diz que: quanto mais amigável uma interface, mas opaca é a mediação entre o usuário e os dados que opera ou acrescenta, pois os elementos complexos de configuração distanciam o usuário dos dados ali armazenados no computador. É a crítica que foi abafada em torno das urnas eletrônicas que são usadas nas eleições brasileiras. Carlos Castilho, editor do blog Código Aberto, do Observatório da Imprensa comenta a confiabilidade do voto eletrônico e cita dois sites interessantes: Voto Seguro e o livro Fraudes & Defesas no Voto Eletrônico escrito pelo engenheiro informático Amilcar Brunazo Filho e pela advogada Maria Aparecida Cortiz.

Esse aspecto tem relações com o culto ao número e ao cálculo, que não abrem espaço a indagações sobre sua racionalidade tecnológica. É o que desenvolvo com Manuela Callou no artigo DE INSTRUMENTO A RACIONALIDAD: LAS TECNOLOGÍAS DE LA COMUNICACIÓN DEL DIFUSIONISMO A LA SOCIEDAD DE LA INFORMACIÓN (Lacerda & Callou, 2006) que será apresentado na AIJIC, em Zaragoza, Espanha, na Mesa 2 (Estructura y Políticas de Comunicación):

La técnica digital (la conversión de toda y cualquier información textual, sonora y en imagen en el código binario 0 o 1) se ha convertido en la posibilidad de una sola lengua matemática con capacidad para traducir todas las otras en el ciberespacio de Internet. El culto a la racionalidad, la perfección, la “verdad” de los números no es de ahora. “Para Leibniz y sus contemporáneos, la búsqueda de métodos de cálculo más rápido visa responder a las exigencias de la formación y del desarrollo del capitalismo moderno” (Mattelart, 2002, 13). Fue importante para la fundamentación del paradigma de la sociedad de la información, el enfoque en las prácticas tecnológicas industriales, principalmente a partir del cálculo de los ordenadores, de los estudios del economista franco-americano Marc Uri Porat. “Porat centra su atención en los sistemas de información (ordenadores y telecomunicaciones). De eso resulta una definición de la información inscrita en la más pura tradición del estoque numérico: ‘cantidades de datos (data) que fueron organizados y comunicados’”. (Mattelart, 2002, 70).

Abraços, Juciano Lacerda.

Fenaj apresenta resoluções do XXXII Congresso de Jornalistas e dados sobre concentração dos meios no Brasil

Em texto publicado na seção Interesse Público (2/10/06), do Observatório da Imprensa, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) apresenta 23 ações, um posicionamento sobre a digitalização das comunicações em que destacamos:

"Com a entrada do ministro Hélio Costa, em julho de 2005, o que se verificou foi um esvaziamento do debate com a sociedade e uma identificação exclusiva com os interesses dos radiodifusores, especialmente com os das Organizações Globo. Em apenas alguns meses, Costa incorporou à sua pasta a pauta da Abert, negociou incentivos fiscais com o Ministério da Fazenda e vem disputando dentro do governo a adoção de um sistema caracterizado por ser uma levíssima adaptação do ISDB, que não permite a entrada imediata de novos atores no universo da radiodifusão."

Também aponta destaques sobre a comunicação comunitária e critica a situação das rádios comunitárias no país. Vale destacar o panorama das comunicações no País e controle exercido pelos políticos que são donos de concessões. Contra isso a FENAJ vai tomar a seguinte atitude: "A Fenaj deve ingressar no Tribunal Superior Eleitoral contra todos os políticos e/ou seus familiares que possuam concessões públicas de rádio e tv, o que é proibido pela Constituição. Esta ação faz parte também da campanha nacional de mobilização pela democratização da comunicação". [Juciano Lacerda]

07 outubro 2006

Culturas híbridas: hip hop e MPB com Black Eyed Peas e Sérgio Mendes

Uma pausa cultural, curtir essa versão deliciosa de "Mas Que Nada i din't know fergie can belly dance", com Black Eyed Peas e Sérgio Mendes. O Black Eyed Peas vai estar em Florianópolis no dia 4 de novembro deste ano.

Jornal O Norte, de João Pessoa (PB), repercute carta


O jornal O Norte (João Pessoa, PB, de circulação estadual) do grupo Diários Associados repercutiu em sua coluna Enfoque, no dia 4 de outubro, a carta que enviei à jornalista e colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde. A jornalista me respondeu no mesmo dia que enviei o email. Confira abaixo sua resposta e clique na imagem para ver o texto na coluna Enfoque de O Norte.

"Juciano,
A condição de nordestino não é exclusividade sua. Meu pai era maranhense, assim como toda a família dele e boa parte da minha alma, da minha história e das minhas emoções. Não confunda fatos e informações com preconceitos. Seja menos passional e mais racional.
Um abraço,
Eliane
" (Mon, 2 Oct 2006 12:50:07 -0300)

A questão é se a Eliane também está sendo mais racional ou passional quando articula os fatos (resultados eleitorais) com especulações ou relações ou hipóteses? No mínimo, tais relações são duvidosas, no máximo... Avalie você leitor. Mas eu diria que há um certo preconceito sofismático em função de minimizar a qualidade dos votos que o povo brasileiro atribuiu a Lula. Afinal, por que não fazer um comparativo dos eleitores de São Paulo que elegeram Maluf e Clodovil, por exemplo?
Abraços, Juciano.

06 outubro 2006

Internet: Controle afrouxa de um lado, mas vigilância aperta de outro

Duas notícias muito interessantes, "EUA prometem afrouxar controle sobre Icann" e "Software criado para monitorar opiniões anti-EUA", podem ser lidas no Observatório da Imprensa (OI) desta semana.

A primeira remete remete a outras formas de controles que os EUA têm sobre a Internet, por estar o tronco maior de backbones situado naquele país (leia texto de Gustavo Gindre, Tim Berners-Lee, Sally Burch, e meus comentários 1 e 2 sobre o tema).

Mas se afrouxa um pouco o controle sobre o poder de nomear e controlar domínios, aperta o cerco sobre as informações na rede que produzem uma imagem negativa dos EUA. O jornalismo começa a ser rastreado e entra numa era de "liberdade vigiada".

É uma maneira mais sutil que a realizada pela China, mas não deixa de ser uma forma de pressão, cujos resultados são "invisíveis", não-declarados e, por isso, podem ser danosos para a sociedade mundial. Os internautas já têm sua privacidade invadida, agora os grandes meios informativos.

Comentários abertos

Depois de pedidos para comentar no blog, estão abertos os espaços para postagem de comentários. Prometo responder a todos os comentários e abrir espaço para um bom diálogo sobre nossas temáticas. Agora, é só comentar! Abraços, Juciano.

05 outubro 2006

Teatrólogo Augusto Boal diz por que vota em Lula no segundo turno


Meus caros, Augusto Boal (conhecido nacionalmente e internacionalmente pelo Teatro do Oprimido e foi vereador no Rio de Janeiro) enviou carta para uma lista da qual participa a profa. Dra. Maria Immacolatta Lopes (USP/CNPq). Ela fez circular a mensagem na Lista da Associação dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós), onde tive acesso ao texto. Dou acesso a ele aqui para vocês, pois é importante nesse momento em que nos preparamos para o segundo turno para presidente da República.
Texto na íntegra de Augusto Boal.

02 outubro 2006

Eliane Castanhêde, saiba que os Nordestinos são exigentes!

Meus caros amigos, fujo do tema corriqueiro nesse blog nessa postagem. É que o comentário da jornalista da Folha de São Paulo sobre o Nordeste e a eleição presidencial me tirou do sério. Abraços, Juciano.

Minha cara Eliane Castanhêde,

Esta é sua afirmação no Pensata, da Folha on Line, de 01/10/2006:

"Lula vai ter que dar um duro danado, sem se contentar com os 70% de votos do Nordeste e do Norte. Ele vai ter que buscar votos no eleitorado muito mais exigente e crítico do Sul e em São Paulo, onde perdeu. Vai ter, também, que aumentar sua diferença para Alckmin no Rio e em Minas, onde ganhou."

Quero lhe informar que sou nordestino, do Sertão da Paraíba, cidade de Cajazeiras. Atualmente curso doutorado em Ciências da Comunicação na Unisinos, RS. E voto em Lula! Portanto, sou Nordestino e sou exigente. Não há paradoxo na relação entre essas duas premissas: "nordestino" e "exigente". Logo, tenha mais cuidado nas relações que tenta fazer entre dados, que subtendem que os nordestinos são menos exigentes, ou são "iletrados" ou "burros". Lembre-se que toda generalização, sem buscar as particularidades e sua relação com o todo, ou seja, a "complexidade dos fenômenos" (Edgar Morin) corre grandes riscos epistemológicos. Aconselho-a que comece a sair do seu escritório e retome o espaço da rua para fazer jornalismo, como antídoto contra possíveis novos preconceitos e sofismas quanto ao Nordeste que amo e respeito.

Saudações,
Juciano Lacerda