31 agosto 2006

O Futuro da Internet por Vincent Cerf

Veja o vídeo e a apresentação de Vint Cerf, um dos criadores do protocolo TCP/IP, sobre o futuro da internet. O conteúdo é da seção "Coletivas de Imprensa", do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIbr).

Os assuntos:
Estatísticas da internet (11 MB - 10 min)
Expansão da internet (7 MB - 6 min)
O poder do IP e banda larga (9 MB - 8 min)
Mobilidade e dispositivos móveis (8 MB - 7 min)
Mídia digital (19 MB - 17 min)
Novos modelos de negócio (13 MB - 11 min)
Governança na internet (4 MB - 3 min)
Infraestrutura e novos dispositivos (13 MB - 12 min)
Internet interplanetária (9 MB - 8 min)
Perguntas (42 MB - 38 min)

A liberdade da Internet corre perigo, diz Gustavo Gindre

Gustavo Gindre, Coordenador-geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (Indecs), integrante do Coletivo Intervozes e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIbr), escreve hoje no Observatório da Imprensa sobre as decisões técnicas sobre uso, fluxo, arquitetura da Internet que funcionam na prática como sua regulação. Assim, temos que partir do princípio de que a Internet é regulada, logo por quem? Como? Qual a participação dos países em sua governança? Leia, a seguir, um trecho do artigo e acesse completo.


"A internet como nós conhecemos corre risco de morte. Em um futuro não muito distante é possível que nossos filhos chamem de "internet" algo bem diferente daquilo que hoje conhecemos por este nome. E não se trata de uma afirmação alarmista, mas da simples análise de uma série de fatos que, quando somados, ajudam a constituir uma perspectiva sombria de futuro para a internet.

Mas, antes de falarmos destas ameaças, é preciso deixar claro algumas premissas.

Em primeiro lugar, não é verdade que a internet seja uma rede não regulada ou anárquica, como gostariam alguns. Os trabalhos do professor Lawrence Lessig, por exemplo, demonstram que a arquitetura da internet (a interação de diferentes hardwares e softwares) determina o limite de possibilidades da Rede, definindo o que pode e (principalmente) o que não pode ser feito em seu interior. Como tais definições são de ordem "técnica", elas passam ao largo do debate democrático, sendo definidas em fóruns igualmente "técnicos". Na prática, funcionam como leis, que definem o comportamento no interior da Rede. [Justamente por isso, as pesquisas da chamada teoria ator-rede, especialmente de seu nome mais importante (Bruno Latour), defendem a necessidade da superação dos limites entre "política" e "ciência".]

O corolário do parágrafo anterior é que não cabe discutir se a internet deve ou não ser regulada. Ela já é regulada! Cabe, isso sim, discutir qual a melhor forma de regulação, que garanta a democracia no interior da Rede."

Confira o artigo na íntegra!

29 agosto 2006

TV Digital e compra do AN repercutem no Observatório da Imprensa

Na seção Interesse Público, do Observatório da Imprensa, número 396, foi publicado o artigo "Pesquisadores têm baixa representação na Câmara Executiva" que apresentei aqui sobre a pouca representatividade do campo acadêmico na Câmara Executiva da TV Digital. Na mesma seção, sob a retranca "Concentração e Diversidade", vários artigos discutem a compra do jornal A Notícia pelo grupo RBS. Entre eles, destaco o dos jornalistas Samuel Lima e Jacques Mick, professores-doutores do Ielusc, em Joinville: "Os riscos da monopolização".

28 agosto 2006

Seminário sobre construção midiática da violência


Blumenau vai sediar no dia 01 de setembro o II Seminário Segurança Pública e Mídia, com tema "A construção midiática da violência". O evento é uma parceria entre o Laboratório de Estudos das Violências – LEVIS (Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFSC) e do Instituto de Pesquisas e Estudos em Segurança Pública do Estado de Santa Catarina – IPESP. O objetivo do II Seminário é discutir o papel da mídia na construção da percepção social da segurança coletiva. O local do evento: é o Viena Park Hotel, Rua Hermann Huscher, 670, Vila Formosa, Blumenau. A programação inicia às 8h30.

Baixe a programação!
Baixe o folder do evento!
Preencha a ficha de inscrição!

24 agosto 2006

Jornal A Notícia é vendido ao Grupo RBS

No blog da Coluna De Olho na Capital, do jornalista César Valente, de Florianópolis, a notícia de que o grupo RBS (Rede Brasil Sul) comprou o jornal A Notícia, de Joinville. O próprio grupo RBS enviou na tarde desta quinta-feira nota oficial, através de sua Assessoria de Imprensa, que transcrevo abaixo:

NOTA À IMPRENSA
As empresas RBS Comunicações S.A. e A Notícia S.A Empresa Jornalística concluíram, no dia 23/08/2006, os termos que viabilizarão - após aconclusão das auditorias usuais neste tipo de operação - a integração do jornal A Notícia, de Joinville/SC, à RBS.
Acordaram ainda que até 20/09/2006 serão elaborados os contratos definitivos da operação. Uma vez concretizada a transação, a RBS assumirá em 21/09/2006 a gestão da empresa A Notícia S.A Empresa Jornalística, quando também anunciará seus planos de desenvolvimento para o jornal.
A Notícia, fundado em 24/02/1923, editado na cidade de Joinville/SC, circula em 260 municípios catarinenses, com uma tiragem auditada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), em julho do corrente, de 32.111 exemplares/dia.

Assessoria de Comunicação RBS
Anik Suzuki ( anik.suzuki@rbs.com.br)
Analú Fischer (analu.fischer@rbs.com.br )
Avenida Erico Verissimo, 400 - 5º andar - Porto Alegre/RS - 90160-180

A hegemonia do Grupo RBS define a consolidação da propriedade cruzada dos meios de comunicação em Santa Catarina.

No texto "Concentração em marcha batida", Venício A. de Lima, pesquisador do Nemp (Universidade de Brasília) e articulista do Observatório da Imprensa, faz uma crítica ao contrato entre a Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) e a Central Nacional de Televisão (CNT).

Ao final do texto, o pesquisador da UNB ressalta o "exemplo sulino" de concentração dos meios de comunicação da RBS. Diz Lima: "O melhor exemplo continua sendo o Grupo RBS, que atua no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Segundo anúncio publicado na edição de 2005 do Mídia Dados, o grupo detinha o controle de 6 jornais, 25 emissoras de rádio, 18 emissoras de TV afiliadas à Rede Globo, 2 emissoras de TV locais, um portal de internet e uma operação voltada para o segmento rural."

Bem, agora são 7 os jornais controlados pelo Grupo RBS. E se até agora tínhamos uma "esfera pública midiática" impressa catarinense polarizada em duas vozes de maior peso estadual, Diário Catarinense e A Notícia, passaremos a uma realidade de monopólio mediada pelas regras e interesses institucionais de um único grupo midiático.

O que isso vai representar em termos de circulação de idéias, lógicas empresariais de constituição do corpo jornalístico e tratamento da informação? Fica a pergunta. Um aspecto é plausível: grande parte do material produzido pela RBS vem de sua central de notícias, de sua agência regional, sediada em Porto Alegre. Portanto, quem garantirá a manutenção do modelo de jornalismo e o quadro profissional de A Notícia, quando a empresa sofrer a sua "reengenharia" por parte da sócia majoritária?

23 agosto 2006

Câmara Executiva para o SBTVD tem baixa representação de pesquisadores


A Casa Civil publicou em 9 de agosto passado a portaria 571 (8/8/06), criando a Câmara Executiva para implementação do Sistema Brasileiro de TV Digital. Curiosamente, pesquisadores na área de Televisão Digital e computação gráfica de alto desempenho, a exemplo de Marcelo Zuffo, do LSI (USP), ficaram na suplência, (pasmem!) de somente duas vagas para o setor acadêmico na Câmara.

O setor industrial (Transmissão, recepção e software) tem 5 cadeiras. O nosso setor de radiodifusores (claro!) tem 4 cadeiras (Rede TV, Globo, Record e SBT). A sociedade civil participa? De jeito nenhum! Curioso, não? Os representantes titulares da comunidade científica são Sérgio Bampi (UFRGS/Ceitec) e Luiz Fernando Gomes Soares (PUC-RJ).

Um outro capítulo importante desta novela: o Ministério Público de Minas Gerais entrou com ação civil pública para anular o decreto presidencial 5.820/2006 que estabeleceu o Sistema Brasileiro de TV Digital. "Um dos argumentos principais da ação civil pública é o fato de não haver exposição de motivos que embase as decisões tomadas no Decreto 5.820/2006. O Ministério Público coloca, com base nos estudos do CPqD, que a decisão se deu por uma tecnologia sabidamente mais cara para o consumidor, e argumenta que isso requereria uma explicação, o que não acompanha o decreto", diz reportagem do PAY-TV News, publicada no clipping do FNDC.

Em reportagem publicada em O Estado de São Paulo (22/8/06), o texto destaca: "Os procuradores apontam o descumprimento de regras de outro decreto (4.910/2003), anterior ao decreto 5.820, que, segundo eles, estabeleceu procedimentos para a escolha do modelo da TV digital."

Confira a nota/notícia enviada pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal, que ressalta: "O MPF sustenta que o ato está repleto de ilegalidades e aponta pelo menos cinco violações a diferentes leis e à própria Constituição".

"Se a sociedade brasileira não der mais atenção ao tema, vamos ter um atraso de quarenta anos", afirmou Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Fenaj, ontem (22/08/06), em debate com os alunos de Jornalismo e Publicidade do Curso de Comunicação do IELUSC, em Joinville, Santa Catarina.

Pela representatividade que tem o campo da pesquisa científica (2 pesquisadores) e a sociedade civil (nenhuma organização!), corremos o risco de ver a TV Digital brasileira simplesmente se caracterizar como a migração dos nossos atuais 6 grandes grupos para uma banda dos mesmos 6 megahertz, só que potencializada pelo digital ao quadrúplo. E o pior: trata-se de concessão pública. Esse espaço em que eles vão se regatear é dos cidadãos brasileiros! [Por Juciano Lacerda]

10 agosto 2006

Internet terá peso significativo nas eleições 2006 no Brasil?


Nelson de Sá, colunista da Folha de São Paulo, fez reportagem especial para o Caderno de Informática, cujo enfoque é a possibilidade de a Internet ser um dos espaços privilegiados pelos candidatos brasileiros, uma vez que os showmícios, outdoors, cartazes e faixas de rua, bonés e camisetas estão proibidos. Esta será nossa primeira com maior ênfase midiática. As estratégias estão essencialmente voltadas para a campanha televisiva e radiofônica. E numa perspectiva de gerar interação e falar para um público seleto, entra em destaque a Internet.

A reportagem de Nelson de Sá e da reportagem local da Folha faz um apanhado sobre os sites dos presidenciáveis, sobre criação de blogs, legislação brasileira aplicada à Internet (a mesma que a da TV). Outro aspecto interessante é a cobertura das eleições 2006, em que os sites/blogs de empresas jornalísticas, de jornalistas, cidadãos e organizações sociais entram no páreo. O acesso ao material completo somente para assinantes, mas dá para ler as reportagens:

Políticos transformam internet em arma de campanha
Candidatos se lançam em corrida na rede
Cobertura eleitoral fica a cargo de portais e de blogs

No Brasil, somente 9,39% da população tem acesso à Internet no domicílio, segundo o Comitê Gestor da Internet brasileira (CGI.br). Os dados são da PESQUISA SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO - TIC DOMICÍLIOS, do Núcleo de Informação e Coordenação do CGI, e foi realizada entre agosto e setembro de 2005. Esses números, além de evidenciarem o desequilíbrio do acesso à Internet no Brasil, destacam que essa pequena parcela da população representa uma renda familiar de acima de R$ 500,00, sendo que 33,70% (destes 9,39% da população brasileira) têm renda acima de R$ 1.800,00.

Mais de 75% dos brasileiros conectados em casa têm curso superior incompleto ou completo. Representam 11% dos homens e 7,9% das mulheres brasileiras, 63% da "classe A" e 33,97% da "classe B", somente 7, 63% da "C" e 0,95% da "DE". Em relação às regiões metropolitanas, 18,85% concentram-se em Brasília, 15,27% estão em SP, 12,41% no RJ, 13,79 em Curitiba, 11,65% em Salvador, 11,55% em Porto Alegre e 8,06% no Recife. Poderíamos chamar esse seleto grupo de brasileiros de esfera pública política informacional? Tal concentração demonstra que a idéia de democracia direta defendida por Pierre Lévy e outros entusiastas da cibercultura ainda tem lacunas e contradições concretas.

O peso da Internet nas campanhas eleitorais brasileiras em 2006 estará concentrado nos grandes centros metropolitanos, o que conferirá peso significativo ao pleito nacional para presidência. Teremos uma campanha política ímpar, cuja comunicação partidária envolverá um meio de comunicação milenar (os muros), a mídia que marcou o século XX e a modernidade (rádio e televisão) e o meio que despontou no limiar do século XXI: a Internet. [Por Juciano Lacerda]

07 agosto 2006

Textos da ALAIC 2006 publicados na Unirevista da Unisinos


Os Anais do VIII Congresso Latino-Americano de Pesquisadores da Comunicação (ALAIC 2006), cujo tema central foi "Comunicação e Governabilidade na América Latina", estão publicados na Unirevista, da Unisinos (v. I, n°3, Julho 2006, ISSN 1809-4651). O ALAIC 2006 reuniu, entre 19 e 21 de julho de 2006, na Unisinos, professores e estudantes de diversos países, apresentando trabalhos e debatendo os fenômenos comunicacionais, em particular a temática estruturante. O evento teve como objetivo principal a reflexão e o debate sobre a conexão comunicação, democracia e governabilidade na América Latina.

Foram 22 Grupos Temáticos, entre eles Comunicação, Tecnologia e Desenvolvimento, em que participou a pesquisadora Manuela Callou (UAB), e Internet e Sociedade da Comunicação, no qual o pesquisador Juciano Lacerda (IELUSC/Unisinos) apresentou trabalho. Os textos dos pesquisadores podem ser acessados em pdf a partir dos grupos temáticos. É uma ótima ferramenta para a pesquisa da pesquisa em Comunicação.

05 agosto 2006

Portal de la Comunicación de InCom


Conozca el Instituto de la Comunicación (InCom). El InCom es un instituto de carácter universitario, de la Universidad Autónoma de Barcelona (UAB), dedicado al estudio de los distintos aspectos de la comunicación. A nuestro blog interesa indicar el InCon pues dedica una atención preferente a las innovaciones y a los retos de la sociedad de la información. En la sesión Aula Abierta hay interesantes entrevistas con expertos en el tema de las TICs y sobre la crítica del concepto de Sociedade de la Información con aplicados a la Comunicación y la sociedad. Puedes accesar las ponencias y entrevista de Armand Mattelart, Alejandro Piscitelli, Delia Crovi, Dominique Wolton entre tantos otros.